sábado, 10 de janeiro de 2009

O muro que se moveu

Esta é mais uma das várias histórias que mostram que o Senna era "fora do normal". O texto original é em inglês mas fora traduzido para que todos possam ficar sabendo desta história sensacional.

Texto traduzido
Pat Symonds, Diretor Executivo de Engenharia (Primeiro engenheiro de corrida de Ayrton, na Toleman, em 1984):

"Dallas era o que eu costumava chamar de um "antiquado" circuito de rua Norte Americano, delineado com blocos de concreto. Era um circuito muito complicado e instável (o asfalto) o suficiente para fazer até mesmo Mônaco parecer um "tapete": os pilotos tinham que, literalmente, lutar com seus carros à medida que desviavam e pulavam de depressão em depressão (desníveis de pista).

Eu me recordo que durante uma corrida, o Ayrton bateu no muro, e então deixou a corrida devido aos danos sofridos pelo carro. Quando ele retornava ao pit, ele não parecia entender como ele poderia ter atingido o muro. Parecia que isso representava um verdadeiro choque para ele, que ele pudesse ter atingido o muro, e sua imediata reação foi "Eu sei que eu não cometi um erro - o muro deve ter se mexido".

Lembre-se, nós estávamos falando sobre um bloco de vinte toneladas, mas ele estava tão insistente que acabou me persuadindo a dar uma volta pelo circuito e dar uma olhada.

Quando cheguei lá, o muro tinha de fato se movido - alguém havia claramente grampeado o bloco anterior e, fazendo isso, deslocou o bloco seguinte por volta de 4cm. Ao invés da seqüência de blocos amortecer, uma diferença de 4cm pegou a roda traseira, quebrou-a e furou o pneu.

Isso foi quando a ficha realmente caiu para mim, a precisão com a qual ele estava guiando, e me fez pensar que ele era um tanto especial...e lembre-se que este era um cara em sua primeira temporada de F1, vindo diretamente da F3..."

Texto Original
Pat Symonds, Executive Director of Engineering (Ayrton's first race engineer with Toleman in 1984):

"Dallas was what I would call an ‘old-fashioned’ North American street circuit, delineated with concrete blocks. It was a very tricky circuit, and bumpy enough to make even Monaco look smooth: the drivers literally had to fight their cars all the way round as they skipped and jumped from bump to bump. I remember during the race, Ayrton hit the wall, and then later retired because of the damage. When he eventually made it back to the pits, he didn’t seem to understand how he could have hit the wall. It seemed to come as a complete shock to him that he had hit the wall, and his immediate reaction was “I know I didn’t make a mistake – the wall must have moved.” Remember, we were talking about a twenty tonne concrete block here, but he was so insistent that he persuaded me to walk round the circuit and take a look. When I did so, the wall had indeed moved – somebody had clearly clipped the previous block and in doing so, displaced the next one by only about 4cm. Instead of the transition from block to block being smooth, a 4cm difference had caught the rear wheel, broken it and punctured the tyre. That was when it really came home to me, the precision to which he was driving, and made me think he was a bit special… And remember this was a guy in his first season of F1, straight out of F3…"


Eis uma foto do circuito, onde aparecem Senna e Piquet. Reparem nos blocos de concreto colocados ao redor da pista.


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