segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Entrevista de Felipe Massa para a Playboy

1. Que mulher você levaria para dar uma voltinha na sua Ferrari? Não vale dizer que é a sua mãe...

A namorada pode? [Risos] Conheci a Rafaela [Bassi, herdeira da grife Guaraná Brasil] há cinco anos no Guarujá e gostei dela logo de cara. “Acelerei” e fui para cima, mas tive de esperar uns cinco, seis dias... [risos]. Tinha acabado de ser mandado embora da Sauber e ela achava que eu não era um cara sério. Tem muita gente que acha que piloto é igual a jogador de futebol, que não leva nada a sério....


2. Sim, os pilotos de F-1 são sempre associados à imagem de mauricinhos milionários, donos de iate e rodeados de modelos estonteantes. Em qual desses estágios você está?

Eu gosto de me vestir bem, mas acho que isso não quer dizer que eu seja um bon-vivant. Vim de uma turma de amigos malandros, que pulava muro para entrar nas festas, mas não sou assim.


3. Tem gente que sente certa nostalgia de uma época em que os pilotos eram chegados numa farra, gostavam de beber...

Hoje em dia os pilotos parecem mais centrados.
Antigamente as coisas eram, digamos, mais amadoras no esporte em geral. Jogador de futebol fumava, jogava e entrava bêbado em campo. Hoje em dia é bem mais profissional. O piloto pensa mais em seu trabalho e sabe que o excesso pode afetar e prejudicar no momento em que estiver guiando.


4. Então a “saudade dessa época romântica da F-1” é papo de saudosista?

Eu acho que sim. É que nessa época os pilotos bebiam em semana de corrida e hoje em dia isso não acontece, não tem nem como acontecer. Como eu disse, se você está de férias, num fim de semana que não tem trabalho acho que isso não te impede de tomar caipirinha, dar risada e fazer as coisas que as pessoas gostam de fazer.


5. Quando foi a última vez que você deu um “pifão”?

“Pifão” bom? Foi logo depois do GP Brasil. Meus amigos passaram na minha casa, tomamos umas lá e fomos para a balada. Minha mulher não bebe e ela dirige pra mim.


6. Você tem um companheiro de equipe [Kimi Raikkonen, flagrado bêbado algumas vezes] tem muita fama nesse sentido. As histórias sobre ele são verídicas?

A imprensa inventa muito, mas alguma verdade deve ter. As coisas não acontecem assim, só por invenção.


7. É uma geração bem diferente fora das pistas daquela dos anos 80, do Senna, Mansell, Piquet. Mas, em termos de rivalidade, brigas na pista, a coisa está muito mais equilibrada. Como você vê isso?

A competição na F-1 evoluiu muito nesses últimos dois anos. Foram dois campeonatos eletrizantes, competitivos até o final, com vários pilotos disputando. E, olhando como espectador, como alguém que gosta de corrida, acho que as pessoas estão tendo um prazer imenso em assistir mesmo comparando com a época em que você tinha um Senna, um Prost, um Mansell, um Piquet, que disputavam de igual para igual o campeonato.


8. E também tinham uns “barbeirinhos” que não se vê mais hoje...

É porque no passado tinha muita equipe. As equipes pequenas arrumavam pilotos com nível um pouco abaixo dos pilotos de ponta. Hoje em dia, como tem muito menos carros, o nível dos pilotos é mais equilibrado.


9. Tirando o Ayrton Senna, quem é o piloto que você mais admira?

Schumacher, porque ele tem o mesmo nível em tudo aquilo que fez e conseguiu na vida. Ele e o Senna foram os pilotos mais impressionantes e completos da F-1.


10. E no ano que vem? Você vai usar o número 3 no uniforme?

Fiz um campeonato melhor, mas, pra falar a verdade, o número não interessa. O que interessa é o respeito que você conquista da equipe. E neste quesito acho que estou bem.

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