segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Entrevista com Alain Prost

Sônia Bridi entrevistou Alian Prost em outubro de 2007.


SB - A relação homem-máquina mudou muito em 20 anos, desde que você ainda corria. Você acha que hoje a máquina é mais importante que o homem, que o talento do piloto? Era mais prazeroso ser piloto no seu tempo do que agora?

AP - É difícil comparar, porque os tempos são outros e a tecnologia avançou bastante. Sempre foi muito importante ter um bom carro e uma boa equipe. Em primeiro lugar, a equipe e o carro têm que ser bons, senão você não ganha. Mas normalmente os melhores pilotos estão sempre em grandes equipes. Foi sempre essa filosofia e o que aconteceu no passado. Hoje é a mesma coisa, mas talvez seja menos importante para a equipe ter um grande piloto, porque hoje o piloto é menos exigido do que no passado. Não quer dizer que um grande piloto hoje não pudesse ser um grande piloto no passado, mas o que você exige dele hoje é um pouco diferente. Hoje, os carros são mais fáceis de pilotar, o que é normal, porque qualquer carro é mais fácil de dirigir, nós temos mais tecnologia. Mas o trabalho do piloto hoje é mais fácil, ele não precisa pensar em nada a não ser andar rápido. E a equipe, os engenheiros, fazem o que eles precisam fazer para ajudá-lo a ter sucesso. Antes, uma boa equipe e um bom carro exigiam muito do piloto, ele tinha que acertar o carro, ter cuidado, às vezes pilotar não muito forte para poupar pneus, combustível... Hoje isso não acontece mais. De novo, não quer dizer que hoje é ruim e era melhor no passado, porque nós temos que acompanhar a história, a tecnologia, é diferente. Mas com certeza, como espetáculo, eu preferia o que nós tínhamos no passado e tenho certeza de que os telespectadores também, porque você tinha mais show, mais surpresas, possibilidades diferentes, como um cara como eu, que larguei no México em 13º ou 14º, ganhar a corrida, se você tiver um bom carro. Hoje isso não é mais possível. Mas nós temos que nos adaptar ao nosso tempo.


SB - Você acha que o regulamento pode ser adaptado para tornar o campeonato mais competitivo, mais emocionante como era antes?

AP - Eu sempre critiquei o regulamento da F-1 nos últimos 5, 6, 7 anos. Porque eu não acho que esteja ajudando no espetáculo. Eu prefiro como era antes, quando não tinha parada para colocar combustível... quando tinha possibilidade do piloto escolher os melhores pneus, tinha mais escolhas, na verdade... quando se permitia que o piloto talvez poupasse os pneus, ou o carro... quando ele podia não ser o mais rápido no início da corrida para ser muito rápido no fim. Então você pode mudar o regulamento, eu não sou muito favorável ao que foi feito nos últimos anos, estou convicto de que não temos um espetáculo fantástico por causa disso.


SB - A França tem a tradição de ter grandes pilotos, mas hoje não há um grande nome francês na F-1. Por quê?

AP - Acho que por muitas razões. É claro que no esporte, como na vida, a gente tem ciclos, mas uma das razões pode ser "ok, nós não temos uma grande geração de pilotos", mas não é tão simples assim, nós temos bons pilotos, talvez eles não tiveram as oportunidades certas nos momentos certos, mas acho que a razão principal é que historicamente as companhias francesas como a Renault e a Elf sempre ajudaram os pilotos no início e durante a carreira, e, claro, faziam o lobby certo no momento certo, nós também tínhamos um francês como presidente da Federação, mister Jean-Marie Balestre, a gente tinha esta grande estrutura no automobilismo e, no final, mesmo que isso não ajudasse um piloto, isso nos dava autoridade, credibilidade. Hoje, esse mundo é dominado pelos ingleses, e os ingleses não gostam muito dos franceses. Então se eles têm um piloto estrangeiro e um francês, eles vão sempre preferir o estrangeiro. Então é por isso que não temos tido grande sucesso na F-1, é óbvio.


SB - Você tem algum herdeiro, alguém que você considere seu sucessor?

AP - No momento não, porque nós não temos grandes pilotos jovens daqueles que você não tem dúvida que será um campeão. A gente tinha certeza, quando o Ayrton surgiu, quando o Nelson surgiu, o Michael... agora o Hamilton, o Alonso... a gente tinha certeza de que seriam grandes pilotos. Na França, hoje, você tem 3, 4, 5 pilotos, mas ainda não confiamos nele, até porque a situação econômica do automobilismo na França é muito ruim, o automóvel no nosso país é muito criticado, não como esporte, como produto. Estamos sempre falando de limite de velocidade, de poluição... então é muito difícil de conseguir patrocinadores, e se você não tem um apoio econômico é difícil colocar os pilotos no topo.


SB – Por que você acha que seu título em 86 foi o mais especial?

AP - De um lado tinha Nelson Piquet e Mansell, com a Willians, e eu com a McLaren. Em toda a temporada andamos atrás, em termos de performance não fomos muito bem, mas nós sempre pensamos que tínhamos que acreditar até o fim... na verdade eles estavam dividindo as vitórias, dividindo os pontos entre os dois, e criando um ambiente muito ruim entre eles. Eu não entendo isso... (risos, acho que ironizando o fato de ter passado isso com o Senna também). Eles lutaram tanto que às vezes perderam o foco, deixaram de ser racionais. Eles me esqueceram, esqueceram que eu podia ser campeão mesmo com um carro tão pior em termos de performance. E a última corrida foi sensacional, porque nós estávamos muito concentrados no nosso trabalho, eu não me concentrei nos treinos, só me concentrei pra corrida, eu sabia que a gente teria problemas com pneus, que teríamos que parar para trocá-los, nós fomos perfeitos e eles lutando entre si, cometeram erros e eu conquistei o título. Essa foi minha melhor vitória nesse ano e foi meu melhor campeonato. E hoje a gente tem uma situação bem parecida. Tem o Alonso e o Hamilton assim (batendo uma mão contra a outra), não há um ambiente tão bom na equipe, e tem também o Raikkonen, que não tem nada a perder e talvez ele possa ganhar o campeonato, a gente nunca sabe.


SB - Quais são as melhores lembranças que você tem das corridas no Brasil?

AP - Do Brasil, honestamente, eu sempre tive boas lembranças. Eu tive uma muito ruim. Talvez eu possa começar por essa. A pior lembrança é de 93, quando eu estava liderando a corrida, e houve uma tempestade, e eu estava planejando parar para trocar pneus, eu estava liderando com facilidade, e então recebi uma mensagem muito ruim no rádio, que não consegui entender direito, e eu entendi que minha equipe estava pedindo que eu não fosse pro box. Eu pensei que tinha havido um acidente no box. Na verdade eles estavam pedindo que eu tivesse muito cuidado porque tinha muita água na entrada dos boxes, e eu pensei que fosse uma mensagem para dar mais uma volta. E aí eu rodei por causa da chuva uns 200 metros à frente... essa foi minha pior memória do Brasil. Fora isso, eu só tive boas lembranças. É muito engraçado porque várias vezes você sabe que por causa da pista, do ambiente, da atmosfera, que você gosta, e isso acontecia no Brasil, em Mônaco, na França, que você vai já sabendo que você será feliz, será competitivo. Eu gostava de ir ao Brasil, principalmente ao Rio, porque era a primeira corrida. E a primeira corrida era sempre muito importante porque era uma das mais difíceis. Era um circuito difícil por causa do traçado, da temperatura, você saía do inverno na Europa e normalmente pegava 30, 35 graus, muito calor dentro do carro, então fisicamente exigia muito. E eu sempre adorei esse tipo de corrida, era o tipo de corrida que você não podia começar 100% e ir assim até o fim, você precisava controlar você mesmo, controlar o carro, eu sempre adorei isso.


SB - Você já se sentiu hostilizado pelo público porque estava correndo no país do Ayrton Senna?

AP - Quando eu comecei tinha o Nelson Piquet e numa geração seguinte o Ayrton Senna. Eu nunca senti agressividade, nunca me senti mal. Sempre senti o entusiasmo das pessoas pelo Nelson, e depois pelo Ayrton, mas nunca uma agressividade contra mim. Honestamente, eu senti muito mais hostilidade quando eu estava lutando contra o Ayrton na França. Torciam para ele no meu próprio país. Eu sempre fui ao Brasil e nunca tive guarda-costas, várias vezes andava sozinho e nunca tive medo. Eu sempre achei as pessoas muito respeitosas. Claro que elas me diziam que estavam torcendo pelo Ayrton, claro que elas sonhavam que ele ganhasse e eu perdesse, mas sempre foi uma atitude esportista, mas nunca exagerado, sempre foi muito, muito bom, honestamente.


SB - Você é um dos poucos pilotos que correu em 3 diferentes circuitos no Brasil... dois traçados diferentes no Rio e depois São Paulo. Qual deles era o melhor?

AP - O melhor traçado era o de São Paulo, porque era uma pista inacreditável e uma corrida inacreditável para a F-1. Em cada volta, em cada curva tinha sempre um desafio, era muito rápido e não muito segura. O Rio era muito técnico, também, mas um pouco menor, diferente, um traçado muito bom, mas São Paulo era realmente mágico. Normalmente quando se faz uma nova pista, ela é uma cópia mal feita de outra, no momento todos os circuitos são muito parecidos, não tem muitas curvas rápidas, todos têm chickanes, são muito lentos, não são muito bons. E o novo traçado de SP, que eles fizeram há uns 15 anos atrás, ficou muito bom, mantiveram as mesmas características mas aumentaram a segurança.


SB - O fato do Ayrton Senna ter ajudado a desenhar a pista te dava mais prazer em vencer lá?

AP - Não, não. É uma coisa que eu nunca pensei. Os pilotos às vezes ajudam, dão dicas, mas isso não significa nada. Quando eu corria na França eu tinha grande motivação para vencer, quando você está no seu país você tem mais motivação para vencer, não para ganhar deste ou daquele piloto, mas simplesmente para vencer, porque aquele é o seu país. É uma coisa verdadeira, que vem do teu coração. Quando eu estava na mesma equipe que o Ayrton, em 88, 89, e em 90 na Ferrari, eu sempre estive na Pole Position na França, eu sempre tive grande motivação, então para os adversários era mais difícil.


SB - A gente já falou sobre 86, houve também um momento em que você e o Senna estiveram na mesma equipe, agora há o Hamilton e o Alonso... você vê semelhança nessas situações?

AP - É muito difícil comparar quando você não está dentro da equipe, você não sabe o que está acontecendo. Em primeiro lugar você precisa entender por que as coisas estão assim e como começaram. Se você não tem esses elementos é difícil de comparar. O que eu posso dizer é que eu tinha o mesmo sentimento que o Ayrton, e não só ele como a equipe, como o Ron Dennis, de que obviamente o Ron Dennis era mais próximo do Ayrton, a Honda era mais próxima do Ayrton, e para mim era muito difícil aceitar isso. Falando de carro, tenho que dizer que nós éramos iguais. Mas mesmo que não houvesse nenhuma vantagem pra ele, eu estava psicologicamente impossibilitado de ser 100% competitivo. O lado psicológico do piloto é muito importante, você precisa ter o apoio da sua equipe, não só de algumas pessoas. Você precisa sentir que todos estão na mesma direção. Se começam a apoiar mais um dos pilotos, você não consegue... Talvez alguns consigam aceitar isso, e são fortes o suficiente para superar isso. Para mim não é possível. E talvez Alonso se sinta da mesma forma.


SB - Você achou que a decisão de punir a McLaren mas não punir os pilotos foi a decisão correta?

AP - Eu acho que mesmo que o piloto não esteja envolvido, se houve espionagem na equipe, no final das contas quem terá vantagem será o piloto. Então eu diria "não, se você puniu a equipe tem que punir o piloto, mesmo que seja duro para o piloto". Mas para mim a decisão de punir a McLaren... de novo, eu não estou totalmente por dentro da situação, mas na minha opinião, a punição foi muito dura.


SB - Qual é a sua participação na F1 hoje?

AP - Eu sou mais um observador. Eu ainda estou envolvido em algumas coisas, mas de forma bem leve, eu prefiro ficar um pouco mais afastado no momento.


SB - Não sente saudade?

AP - Para ser sincero, não. Eu acho que F-1 mudou muito. Eu ainda tenho o amor, ainda tenho a paixão, mas não acho que a contribuição que eu poderia dar a uma equipe seria muito grande, porque a organização das equipes hoje é diferente. Pessoas como eu não acrescentariam muita coisa. Talvez para um piloto, mas para a equipe... E ainda tem as viagens para as corridas... eu fico me perguntando se vale a pena...(risos)


SB – O que você acha do seu filho seguir a carreira de piloto? Você o ajuda?

AP - Eu não estou o ajudando muito no início porque eu quero que ele faça as coisas sozinho, ele já me mostrou que é muito apaixonado e ele está indo muito bem. Estou muito orgulhoso, ele está trabalhando muito para isso e está me surpreendendo, ele tem uma mentalidade muito profissional... vamos ver, quem sabe ele pode fazer algo muito interessante. Eu não sei se o talento é genético, mas pelo menos ele tem a mesma curiosidade, o mesmo profissionalismo e isso é muito bom.


SB - A Viviane, irmã do Senna, me falou de você com muito carinho. Disse que depois do acidente dele, você foi ao Brasil visitar a família dele, ficou na fazenda deles, e foi muito importante pra eles...

AP - Eu quis vir ao Brasil, para o enterro, mas eu não sabia se seria bem aceito pela família e pelos fãs. Eu não queria ofender ninguém, mas eu queria estar lá. Quando o Ayrton morreu, foi o final da minha história na F-1, de um certo modo. Nós fizemos a história juntos. Eu acho que eu era mais ou menos como um ídolo pra ele, mas ele queria me derrotar. Ele realmente queria me derrotar, me destruir, porque essa era a motivação dele. Eu realmente queria ir ao Brasil, e foi muito importante pra mim ter estado com a família dele com os fãs. Quando ele morreu, todos vieram falar comigo. E isso é muito impressionante. Ninguém pode falar do Ayrton sem mencionar meu nome e de mim sem falar do Ayrton. E mesmo hoje, mais de 20 anos depois da nossa primeira briga, nós sempre voltamos a essa história. Foi importante passar um tempo com a família dele, eu percebi um pouco melhor quem ele era, eu entendi muitas coisas e até hoje mantenho contato com a família dele, temos um bom relacionamento, e isso é o mais importante.


SB - Qual é a lembrança que você tem dele?

AP - Os maus momentos pelos quais passei foi com ele na pista. Alguns momentos perigosos, em que eu pensava que às vezes ele tinha ido muito longe. Mas isso é nossa história. Mas dois ou três meses antes do acidente dele eu acho que eu conheci o verdadeiro Ayrton.


SB - Ele falou com você no dia em que morreu...

AP - Foi um momento inacreditável. Não só no dia do acidente, mas nos dias anteriores, nós nos falamos bastante por telefone. Em vários anos lutando na F-1 nós quase nunca nos falamos por telefone, mas nos últimos 2 ou 3 meses ele me ligava, falava sobre a motivação dele, dizia que não estava feliz com o carro dele, que não estava feliz com a equipe, ele estava convencido de que Benneton e Michael Schumacher estavam trapaceando, usando recursos eletrônicos proibidos, então ele tava muito chateado com isso, ele me perguntou 2 ou 3 vezes se eu queria participar de uma comissão de segurança na associação de pilotos, ficamos muito tempo no telefone uma semana antes dele morrer. Quando eu cheguei para a corrida de Ímola, na sexta-feira, para comentar a corrida para uma televisão francesa, nós tivemos uma primeira discussão sobre segurança, no sábado também, houve o acidente com o Ratzenberger, com o Rubens Barrichello... não era o Ayrton que eu conhecia, ele estava realmente preocupado, mais do que preocupado, por diferentes razões, com certeza por vários motivos, mas ele estava incomodado. No domingo, na hora do almoço, um pouco antes da corrida, eu estava com umas pessoas da televisão e ele entrou. Nenhum piloto faz isso, normalmente ele quer ficar sozinho, concentrado, mas ele veio, andou entre as pessoas, veio falar comigo... e não era nada de importante. Todo mundo ficou assistindo aquilo, em silêncio. Parecia que ele queria estar próximo de mim. Eu senti aquilo como sinal de fragilidade. Era a primeira vez que eu o via assim, ele era sempre muito forte, quando nós lutávamos, ele fazia as pequenas coisas para me mostrar como era mais forte que eu, o que é normal, é parte do jogo. Mas nesse dia, eu pensei "esse não é o Ayrton, ele está frágil". Ele perdeu 5, 10 minutos, para vir falar comigo para nada, e depois voltou pra garagem. Então eu terminei o almoço bem rápido e fui encontrá-lo. Eu entrei na garagem e ele estava se preparando para a corrida, sozinho, eu falei com ele 2 ou 3 minutos, perguntei pra ele o que ele estava esperando da corrida, ele disse que não estava muito confiante, falou sobre a competição, sobre a suspeita de trapaça, um pouco mais sobre segurança, mas ele estava feliz por eu ter ido lá falar com ele, e esse foi a última vez que falei com ele. E eu realmente me senti mal por ele, porque eu nunca tinha o visto assim. Eu tinha certeza que ele não seria campeão naquele ano, porque mesmo que ele lutasse no carro, eu sentia que ele estava deprimido... não quero fazer nenhum tipo de especulação... mas pra mim, como pessoa, vou sempre lembrar daquele dia e de manhã, quando ele disse na tv, "alain, tenho saudades de você". Essas palavras ele me disse várias vezes por telefone, quando ele explicava pra mim que não conseguia encontrar motivação para correr contra... não sei quem, Michael e os outros pilotos... E ele me disse: "por favor, volte". Eu fiquei rindo, disse: "ok, vou pegar um carro ruim, você vai bater em mim..." "é, mas eu preciso de você", foi realmente inacreditável, inacreditável, uma bela história, mas com um final ruim.


SB - Você acha que no final ele te considerava um grande irmão, no final?

AP - (silêncio). Não. Não acho. Talvez no final, mas no começo eu era como um alvo pra ele. Quando ele perdeu esse alvo, ele perdeu o rumo... é engraçado, uma vez estávamos conversando e falamos sobre a possibilidade, quem sabe um dia, de eu ser chefe de uma equipe e ele ser meu piloto... mas sermos como irmãos, eu não sei... Mas ao menos construímos alguma coisa juntos e isso foi forte. Não causamos graves acidentes, não nos machucamos quando lutávamos, e no final parecia que seria uma história ruim que terminaria bem. Mas ele era realmente diferente, eu sempre disse que o Ayrton era diferente, você não pode querer compará-lo com outro piloto, ele era realmente diferente.

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